DNA identifica origem de escravos trazidos à América

Maxilar e mandíbula de esqueleto do século XVII encontrado na ilha caribenha de St. Martin(H. Schroeder et. al/PNAS/Divulgação)

Estudo revelou que corpos enterrados no Caribe entre 1660 e 1688 vieram de Camarões, Gana e Nigéria.

Cientistas utilizaram um método de análise de DNA para revelar a origem de escravos africanos enterrados há mais de 300 anos em uma colônia holandesa no Caribe. O estudo foi feito a partir dos esqueletos de dois homens e uma mulher encontrados em 2010 na ilha de St. Martin. Conhecidos como os "três de Zoutsteeg", eles possivelmente vieram de uma região onde hoje se localizam Camarões, Gana e Nigéria.

É difícil determinar a procedência dos mais de 10 milhões de africanos trazidos como escravos ao continente americano, entre 1500 e 1850. Os poucos dados disponíveis sobre a época revelam em qual porto essas pessoas embarcaram, mas seus países de origem permanecem um mistério. A descoberta, publicada online na segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pode ajudar a investigar de onde vieram os escravos.

Por meio de um estudo anterior nos "três de Zoutsteeg", o arqueólogo Hannes Schroeder, da Universidade de Copenhague, tinha evidências de que o trio nasceu na África e foi enterrado entre 1660 e 1688. Para aprofundar o estudo sobre sua origem, precisaria sequenciar seu DNA. O problema é que o clima quente e úmido do Caribe degradou o material genético nos ossos dos escravos.

"As descobertas revelam as primeiras provas da origem étnica dos africanos explorados durante a escravidão", diz o estudo. A pesquisa também "demonstra que os elementos do genoma permitem responder a perguntas que careciam de provas há muito tempo".
O método permitirá avançar nos estudos sobre esqueletos encontrados em regiões tropicais, que contêm poucos vestígios de material genético em função do clima quente.
(Com AFP)

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Curso conta a história do Cangaço na Bahia

O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia promove o mini-curso “O Cangaço na Bahia”, que será realizado de 8 a 10 de abril, das 14h às 17h, sob a coordenação do historiador Rubens Antonio.
O Cangaço foi um movimento que agitou o Nordeste, com reflexos que se estenderam desde então. Muito daquilo que é verdadeiro, que é fato, está, atualmente, deturpado, obscurecido por camadas e camadas de recontares, lendas, especulações, facciosidades.
O conhecimento dos principais eventos a ele relacionados, porém, é ainda muito limitado. Daí, este curso buscar não só esclarecer como apontar elementos que referenciem o estado de arte do conhecimento. Assim, será trabalhado o sabido e documentado de eventos como combates, abrangências, disposições várias que constituem, muitas vezes, pontos-de-partida para o verdadeiro entendimento enquanto fenômeno histórico.
Acompanhe a Programação:

Dia 8 - 1924 a 1929: Cangaço em ascensão

Alvorada lampiônica
As primeiras notícias
O crescendo do temor
Reações pomposas e inúteis
A chegada efetiva
As primeiras sagas e tragédias
Perplexidades

Dia 9 - 1929 a 1933: Cangaço tonitruante

O apogeu do Cangaço na Bahia
A melhor percepção
Menos perdas
Subgrupos e domínios
Início do contra-ataque
Violência de lado a lado

Dia 10 - 1933 a 1940: Derrocada do Cangaço

Grandes perdas
Marcando passo
Às portas do fim
Lá, apaga-se o Lampeão
Cá, apaga-e o Corisco
Olhando para frente
Mitificação
Olhando para trás


Instituto Geográfico e Histórico da Bahia 
Avenida Joana Angélica, 43 - Piedade
Salvador - BA

71 3329 4463/6336

DA BAHIA A PERNAMBUCO DE JANGADA


Diz José de Barros Vieira morador na Subauma Distrito da Torre, onde por ser pobre vive de plantar mandiocas e fabricar farinhas, que em uma sua jangada vem dispor no Celeiro Público desta Ciadade. Que em um dos dias primeiros do mês de maio deste ano de 1806, achando-se o suplicante no seu porto, e nos trabalhos de conduzir para esta Cidade as suas farinhas, foi obrigado à ordem de Vossa Excelência e intimado pelo Sargento do dito Distrito, para na referida jangada conduzir a Joze Bento, Alferes do Regimento do mesmo Distrito, para a Cidade de Pernambuco com carta de Vossa Excelência, dirigida ao Excelentíssimo Governador da dita Cidade, e que na volta [desta] viagem seria o suplicante satisfeito; obedeceu o suplicante, e apesar do grande prejuízo de mais de 60$ réis nas farinhas que deixou de conduzir, fez a dita viagem, e na volta, além de sustentar-se a sua custa, arriscou a sua vida, pois que pelo tempo invernoso que sobreveio, andou quase naufragante três dias sem comer, nem beber, até que por mercê do céu veio ao porto com grande trabalho; e como para ser o suplicante pago pela Real Fazenda, tem o dito Sargento enviado carta, competente ao Secretário deste Estado, e não tem sido o suplicante pago do grande desvelo e trabalho que na referida viagem teve em quinze dias que gastou de ida e vinda. Portanto Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor, peça a Vossa Excelência se digne atender a pobreza do suplicante e tudo mais referido, arbitrando e mandando-lhe pagar o seu trabalho.

Pela informação do S. Mor. Junto a este fará Vossa Excelência o que for servido. Quartel da Torre, 6 de outubro de 1806. Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque. Coronel. 
FONTE: Arquivo Público do Estado da Bahia - 
Seção Colonial, Cartas ao Governo - Maço: 208.           

As Aventuras de Pierre Verger no MAM


Divining Slavery and Freedom: The Story of Domingos Sodré, an African Priest in Nineteenth-Century Brazil (New Approaches to the Americas)

Since its original publication in Portuguese in 2008, this first English translation of Divining Slavery has been extensively revised and updated, complete with new primary sources and a new bibliography. It tells the story of Domingos Sodré, an African-born priest who was enslaved in Bahia, Brazil in the nineteenth century. After obtaining his freedom, Sodré became a slave owner himself, and in 1862 was arrested on suspicion of receiving stolen goods from slaves in exchange for supposed 'witchcraft'. Using this incident as a catalyst, the book discusses African religion and its place in a slave society, analyzing its double role as a refuge for blacks as well as a bridge between classes and ethnic groups (such as whites who attended African rituals and sought help from African diviners and medicine men). Ultimately, Divining Slavery explores the fluidity and relativity of conditions such as slavery and freedom, African and local religions, personal and collective experience and identities in the lives of Africans in the Brazilian diaspora.

http://www.amazon.co.uk/Divining-Slavery-Freedom-Nineteenth-Century-Approaches/dp/1107079772/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1425205768&sr=1-1&keywords=brazil+slavery