Arquivo Público da Bahia funciona há três anos sem luz

Prédio do Arquivo Público da Bahia, que possui infiltrações, mais visíveis na parte externa 
Leogump Carvalho/Folhapress

NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR
Sob risco iminente de curto-circuito, o Arquivo Público da Bahia funciona há quase três anos sem luz na maior parte das instalações. O arquivo é considerado por especialistas um dos mais importantes do país.
Do início de 2010 ao final de 2011, o corte de energia elétrica foi total, obrigando pesquisadores a disputar mesas junto a janelas, em busca de claridade e ventilação.
Hoje só há energia na sala de consulta --reduzida a nove mesas-- e na direção.
O arquivo ainda convive com goteiras, infiltrações e forro comprometido pela umidade, entre outros problemas constatados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em novembro.
Construído no século 16 para ser morada de jesuítas, o espaço é tombado desde 1949. Guarda a memória da primeira capital brasileira, com o equivalente a 23 quilômetros de papéis e documentos raros, contemplados com o Diploma de Memória do Mundo pela Unesco (braço da ONU para a educação).
O arquivo, diz o historiador norte-americano Richard Graham, usuário do acervo, contém a "base fundamental" da economia, da política e da sociedade brasileira nos últimos séculos.
De acordo com o historiador João José Reis, o arquivo que serve de referência até para especialistas em história da África "está morrendo de morte lenta, com perigo de morte súbita".
Documento do porto da cidade no setor de restauração, um dos poucos a ter ar condicionado Leogump Carvalho/Folhapress

"As condições são as piores possíveis, até constrangedoras para a própria direção e pesquisadores estrangeiros em lugares como o toalete", diz Consuelo Sampaio, chefe do Centro de Memória da Bahia de 2003 a 2011.
Segundo Sampaio, as inadequações já causaram perda de material, tanto que a instituição precisou recorrer à Universidade de Chicago (EUA) para obter cópia de documento do século 19 de seu próprio acervo.
Apesar disso, para a instituição responsável pelo espaço, o arquivo continua em "bom estado de conservação", afirma Andréa Montenegro, diretora em exercício da Fundação Pedro Calmon.
Ela diz que as obras elétricas, previstas para setembro, estão em fase final, ao custo de R$ 520 mil.
A próxima será a reforma do telhado e do teto, orçada em R$ 1 milhão.
Montenegro reconhece não haver espaço para documentos atuais no local, descumprindo a Lei de Acesso à Informação, e diz que a única saída é uma nova sede.
Trabalhando diariamente no acervo, o pesquisador Urano Andrade atua em casos de disputa de terras e processos de reconhecimento de nacionalidade, outras áreas primordiais do arquivo.
"Esse prédio é o meu ganha pão", afirma.
O promotor Ulisses Campos, do núcleo de defesa do patrimônio do Ministério Público da Bahia, diz que irá expedir recomendação para que o governo do Estado faça a recuperação do espaço. Em caso de descumprimento, ameaça acionar a Justiça.

Acervo da biblioteca do Pateo do Collegio está na internet



Livros raros, manuscritos escritos por jesuítas desde o século XVI, coleções de folhetos sobre política e eventos do Brasil e amplo acervo fotográfico da história do país estão entre os materiais que fazem parte do acervo de 25 mil volumes da biblioteca Padre Antônio Vieira, localizada no Pateo do Collegio, no Centro de São Paulo.
Todo este acervo acaba de ser disponibilizado para pesquisa pela internet, com acesso pelo link da biblioteca no site do Pateo do Collegio.
Inaugurada em 2002, a biblioteca Padre Antônio Vieira é especializada na história dos jesuítas e da cidade de São Paulo, além de materiais relativos à história geral e do Brasil (e da Igreja Católica), arte, biografias, filosofia, teologia, política, literatura e turismo.
Entre os materiais raros estão: a primeira edição dos Sermões de Padre Antônio Vieira; coleção de escritos dos jesuítas desde o século XVI (como as cartas originais do Padre José de Anchieta e manuscritos do jesuíta italiano João Antonil); publicações sobre eventos realizados em 1954 em comemoração ao Quarto Centenário da Cidade de São Paulo; e documentos sobre o processo de canonização do Padre José de Anchieta (cujos originais encontram-se no Vaticano).
No acervo encontram-se livros cujas capas foram produzidas com canela preta – madeira quadricentenária encontrada durante a demolição do Palácio do Governo em 1953. Alguns dos livros estão em língua portuguesa e em latim. E, ainda, amplo acervo fotográfico sobre o cotidiano do clero brasileiro, de processos de construção de obras jesuítas, de eventos políticos, religiosos e sociais.
Todo o acervo está catalogado em base de dados e acessível on-line por meio do Pergamum – Sistema Integrado de Bibliotecas. O Sistema contempla as principais funções de uma biblioteca, funcionando de forma integrada, com o objetivo de facilitar a gestão dos centros de informação, melhorando a rotina diária com os seus usuários. A pesquisa do acervo da biblioteca Padre Antônio Vieira pode ser feita pelas palavras-chave: autor, título e assunto, entre outras.
A Rede Pergamum reúne, em uma única ferramenta, todos os catálogos das instituições que os disponibilizaram para pesquisa. Funciona como uma base centralizada (na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba), na qual a busca é feita de forma rápida e eficiente em todas as bibliotecas participantes. O sistema agrega mais de 220 instituições, com cerca de 2.500 bibliotecas no país.
“Nosso objetivo é participar do processo global de democratização da cultura, garantindo o acesso gratuito da população ao acervo documental da biblioteca, bem como assegurar a preservação do acervo bibliográfico histórico da Companhia de Jesus em São Paulo”, disse o Padre Carlos Alberto Contieri, diretor do Pateo do Collegio e do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas em Embu das Artes.
Complexo histórico-cultural e religioso pertencente à Companhia de Jesus e constituído pela Igreja Beato José de Anchieta, Museu Anchieta, Museu de Arte Sacra dos Jesuítas (em Embu das Artes) e pelo Café do Pateo, além da Biblioteca Padre Antônio Vieira. Desde a sua fundação, enquanto Colégio de São Paulo de Piratininga em 1554, até os dias atuais, o Pateo do Collegio tem-se tornado referência na preservação da memória histórica da cidade de São Paulo e na promoção da cultura.
Ao longo dos séculos, o complexo sofreu várias alterações, sendo a última a reconstrução nas décadas de 1960 e 1970, com inspiração no complexo arquitetônico de 1680. É um marco da atuação da Igreja Católica no que tange à catequização, educação e conversão dos povos indígenas do então Planalto de Piratininga.
Mais informações: www.pateocollegio.com.br 
Fonte: Agência FAPESP   
Contribuição para está postagem: Courtney Campbell 

ATENÇÃO: QUALQUER SEMELHANÇA, NÃO É MERA COINCIDÊNCIA.


Arquivo Público da Bahia 
Há muito que sabemos da atual situação dos Arquivos e Bibliotecas públicas pelo Brasil. Em muitos estados se quer existe um arquivo, e quando existem não recebem a atenção devida por parte dos governantes. Essa história se repete, e não é de agora. A matéria publicada no Diário de Notícias de 1905, demonstra o quanto esses espaços são esquecidos pelo poder público.  


Arquivo e Biblioteca

Não há povo amante de seu passado, de suas conquistas liberais e de suas tradições históricas, que não zele com especial carinho o arquivo onde se guardam os documentos de sua evolução e de sua independência. Não há governo, mediocremente consciente de seus deveres morais que não olhe com interesse para as bibliotecas onde os adultos de todas as classes sociais vão completar a sua educação mental, e os especialistas costumam encontrar os elementos indispensáveis ao desempenho da vocação com que os dotou a própria índole espiritual e lhes apurou o meio em que surgiram.
Sem os arquivos, sem as bibliotecas perderiam os indivíduos e os povos, perderia a humanidade inteira o senso da continuidade histórica, que é o fundamento mesmo da civilização, porque é justamente o laço que prende o passado ao presente, preparando o futuro.
Os arquivos e as bibliotecas nacionais, além de serem um patrimônio que as gerações se transmitem, representam o maior fator da progressividade em todas as manifestações da atividade humana. Recolhendo a seus arquivos e as suas bibliotecas os tesouros espirituais da mentalidade greco-romana, puderam os claustros salvar do naufrágio da barbaria medieval as mais belas conquistas do humano intelecto, facilitando o extraordinário movimento da renascença, que veio reatar o fio partido da evolução cultural da humanidade, restaurando nos anais de seu progredir aquela continuidade histórica, a que aludimos acima, e sem a qual os acontecimentos perderiam a sua natural concatenação.
Pois bem. Nós também possuíamos aqui nesta antiga metrópole da inteligência e da civilização brasileira um arquivo e uma biblioteca, cuja utilidade os governos compreendiam e de cujos serviços podem dar eloquente e inequívoco testemunho aqueles que os frequentavam e neles cultivaram as faculdades do seu espírito. Sim, nós também os possuíamos!... mas que é feito deles?
Fale por nós, na linguagem verdadeira e expressiva do laconismo oficial, a mensagem do Sr. Dr. Governador do Estado, na mais triste, na mais vergonhosa, na mais acabrunhada das informações:
“Estes dois antigos monumentos, que guardam os mais preciosos documentos da nossa história e cultura intelectual, acham-se em deplorável estado: o primeiro porque, abatendo parte do teto do edifício, em que está instalado, viu-se a sua administração obrigada a remover, confusamente, para salvar de total prejuízo, o seu precioso material, e a Biblioteca, porque, retirada por força maior do consistório da Igreja Catedral, (vai por cerca de 6 anos!) ainda não foi reinstalada, achando-se a sua grande e rica livraria amontoada em um dos cômodos do pavimento inferior do Palácio do Governo”.     
Informações oficiais desta natureza são por demais expressivas e dispensam quaisquer comentários de terceiros. Na que acabamos de ler e reproduzir, se encontram, nos próprios termos em que foi vazada, a seca narração de tão deplorável e vergonhoso acontecimento, e a condenação consequente do crime administrativo que ele representa. No entretanto, da censura que o fato provoca estão isentos os representantes da opinião, aqueles que, pelas circunstâncias anormais a que chegamos, simbolizam a única voz desinteressada, mas pouco ouvida, do povo sofredor e desprezado. Referimo-nos aos jornais desta capital, referimo-nos especialmente a este Diário que mais de uma vez levou aos ouvidos surdos do governo trans ato as queixas do povo, as reclamações dos estudiosos e os protestos veementes de sua justa indignação.
Que pretende fazer, diante disto, o Sr. Dr. José Marcelino de Souza? Um homem de responsabilidade, um governador não denuncia á opinião uma ocorrência de tanta gravidade sem providenciar com máxima presteza no sentido de sua correção. É este o seu dever, e
 sua excelência parece havel-o compreendido, a julgar pelas seguintes palavras da mensagem:
“Quanto ao Arquivo já providenciei para os reparos do edifício, afim de ser tudo reposto em seu competente lugar; e sobre a Biblioteca estou com todo cuidado, empenhado em reinstala-la, convenientemente, o que já não foi possível por falta de edifício apropriado.”
Oxalá tudo isto se verifique!...
Jornal Diário de Notícias, Bahia, quarta-feira, 19 de abril de 1905.
FONTE: Biblioteca Pública dos Barris, setor de jornais e revistas raras. 
Acesse também: 
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Lançamento: Um pé calçado, outro no chão: liberdade e escravidão em Sergipe Sharyse Piroupo do Amaral



Co-editado pela EDUFBA e pela Editora Diário Oficial, este livro objetiva analisar a conjuntura social da região da Contiguiba nas últimas décadas que antecipam a Abolição. Maior zona de produção açucareira de Sergipe d’El Rey, a Contiguiba abrigava também a maior população de negros cativos da província. É neste contexto que são analisadas as tensões sociais, políticas e raciais na região, as vias da resistência negra à escravidão e da elite às leis emancipacionistas. Com uma prosa fluida e narrativa que prende a atenção do leitor, Um pé calçado, outro no chão é resultado da tese de doutorado da autora, defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia (PPGH/UFBA) em 2007
Preço especial de lançamento: R$ 50,00

Serviço
O quê: Lançamento Coletivo EDUFBA – Dezembro de 2012
Quando: 13 de dezembro, quinta-feira, das 17h30 às 20h30
Onde: Biblioteca Universitária de Saúde Professor Álvaro Rubim de Pinho (Campus Canela, UFBA – Rua Basílio da Gama, s/n, Canela – Salvador, Bahia)
Quanto: entrada gratuita
  

EDUFBA promove último Lançamento Coletivo de 2012




 A Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA) realiza o sexto e último Lançamento Coletivo de 2012. O evento acontece na Biblioteca Universitária de Saúde Professor Álvaro Rubim de Pinho, da UFBA, em Salvador. Na ocasião, os autores recebem o público – que pode adquirir os livros com preços promocionais – para sessão de autógrafos.
O Lançamento Coletivo EDUFBA – Dezembro de 2012 apresenta nove obras de diferentes áreas do conhecimento, como Educação e História. O objetivo é realizar um intercâmbio entre os diferentes campos de estudos do âmbito universitário e tornar a produção acadêmica mais acessível para a sociedade.  A EDUFBA, ao longo dos seus 20 anos, já publicou mais de 800 livros e, recentemente, alcançou a média de 100 títulos por ano. Visando apoiar as políticas de livre acesso à informação, as obras publicadas, resultante de pesquisas realizadas no âmbito da UFBA, seis meses após o lançamento, mediante cessão de direitos autorais, são disponibilizadas gratuitamente no Repositório Institucional da UFBA.
Atualmente, a EDUFBA conta com três livrarias próprias localizadas nos campi da UFBA, além de estar presente em diferentes pontos de venda em todo o Brasil. Membro da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU).

Conheça os livros que integram o Lançamento Coletivo EDUFBA – Dezembro de 2012:

O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares
Theresinha Guimarães Miranda e Teófilo Alves Galvão Filho (Org.)

Dividida em três partes – Formação, Práticas e Lugares – O professor e a educação inclusiva propõe-se a discutir a temática a partir destas diferentes perspectivas. Dessa forma, trata dos aspectos da formação do docente que o habilitam a fomentar um ambiente de inclusão para o aluno com deficiência, das práticas, ferramentas e recursos que auxiliam o estudante nesse processo e também das instituições de ensino que vem obtendo bons resultados e servem de inspiração e exemplo. É importante ressaltar ainda que a obra é composta por textos selecionados de mais de 30 professores e pesquisadores de diferentes universidades e faculdades brasileiras, formando assim um diversificado  e abrangente material de estudo e análise para profissionais da área de educação e interessados na área.
Preço especial de lançamento: R$ 55,00

Senhoras do cajado: a Irmandade da Boa Morte de São Gonçalo dos Campos
Luciana Falcão Lessa

Em Senhoras do cajado, Luciana Falcão Lessa analisa os hábitos cotidianos, os rituais religiosos e a formação histórico-cultural da Irmandade da Boa Morte da cidade de São Gonçalo dos Campos, localizada próximo à Feira de Santana, na primeira metade do século XX. Composta por mulheres negras, e em sua maioria mães solteiras, a Irmandade cultuava Nossa Senhora da Boa Morte, mas também participava de rituais das religiões afro, reprimidos pela Igreja Católica durante o período histórico analisado. Essa dupla identidade religiosa é examinada na obra, além de outros aspectos históricos, sociais e políticos que caracterizam a organização deste que foi o grupo religioso de maior expressividade da região.
Preço especial de lançamento: R$ 20,00

Violências intencionais contra grupos vulneráveis: crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosos. Ceci Avelar Noronha e Andrija Oliveira Almeida (Org.)

Composta principalmente por artigos de pesquisadores do Laboratório de Estudos sobre Violência, Saúde e Sociedade (LAVISS), que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (PPGSC/UFBA), a obra é dividida em 10 capítulos, formando um abrangente estudo sobre a temática da violência intencional. Entre outras questões, são discutidas na obra a violência nas escolas a partir da perspectiva dos professores, o abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes e o atendimento hospitalar prestado a estas vítimas, os maus tratos e a negligência praticados contra idosos e a dupla perspectiva da violência entre os adultos jovens: vítimas e praticantes.
Preço especial de lançamento: R$ 28,00

O saber e o trabalho docente: concepções e experiências
Maria Roseli Gomes Brito de Sá e Vera Lúcia Bueno Fartes (Org.)

A partir do levantamento de referências sobre o saber e o fazer docente, a obra busca entender a relação entre saberes e fazeres, tendo em vista a atuação docente. Ao longo de seus 11 capítulos divididos em três partes, o livro apresenta ao leitor o saber e o trabalho docente, tendo em vista seus aportes teóricos e experienciais a partir de discussões sobre a sua formação – levando em consideração as perspectivas históricas e culturais –, a profissionalização e a profissionalidade do docente e sua formação.
Preço especial de lançamento: R$ 25,00

Avaliação e resiliência: diagnosticar, negociar e melhorar
Robinson Moreira Tenório, Rosilda Arruda Ferreira e Uaçaí de Magalhães Lopes (Org.)

Partindo do princípio de que toda avaliação tem um triplo caráter, o de diagnóstico ou pesquisa, o de tomada de decisão ou gestão e o de melhoria do processo avaliado, Avaliação e resiliência: diagnosticar, negociar e melhoraranalisa o caráter final da avaliação, integrando o ciclo de títulos publicados pela EDUFBA sobre a temática da avaliação educacional. A obra discute as melhorias possíveis para a Educação Básica, o Ensino Superior, as políticas, programas e projetos para a Educação e as próprias teorias e metodologias de avaliação educacional.
Preço especial de lançamento: R$ 40,00

Navegações da cabeça cortada: breve incursão no campo dos estudos clássicos. Ordep Serra

Dividido em quatro partes, o livro passeia por diversos filósofos e histórias da antiguidade clássica, como os hinos homéricos e a tragédia grega. O autor parte da memória – Mnemósine, Deusa que personificava a memória -, como recomendavam os poetas gregos e, posteriormente, traz uma reflexão sobre o signo-monumento, aborda uma face trágica da poesia e evoca Orfeu. Ordep Serra é graduado em Letras e mestre em Antropologia Social pela Universidade de Brasília.
Preço especial de lançamento: R$ 35,00

Um pé calçado, outro no chão: liberdade e escravidão em Sergipe
Sharyse Piroupo do Amaral

Co-editado pela EDUFBA e pela Editora Diário Oficial, este livro objetiva analisar a conjuntura social da região da Contiguiba nas últimas décadas que antecipam a Abolição. Maior zona de produção açucareira de Sergipe d’El Rey, a Contiguiba abrigava também a maior população de negros cativos da província. É neste contexto que são analisadas as tensões sociais, políticas e raciais na região, as vias da resistência negra à escravidão e da elite às leis emancipacionistas. Com uma prosa fluida e narrativa que prende a atenção do leitor, Um pé calçado, outro no chão é resultado da tese de doutorado da autora, defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia (PPGH/UFBA) em 2007
Preço especial de lançamento: R$ 50,00

Jogo de discursos
Paulo Andrade Magalhães Filho

Partindo de fontes variadas, como jornais, entrevistas e observação direta, Magalhães Filho problematiza e analisa a questão da tradição na Capoeira Angola, as tentativas de legitimização desta prática (como a criação de um centro representante da categoria e a participação em shows folclóricos), sua reascensão em meados dos anos 1980 e a disputa por espaço entre esta e outras modalidades da capoeira. Também são apresentadas na obra definições de “tradição” dadas pelos próprios mestres angoleiros. Jogo de discursos, não é apenas um estudo acadêmico sobre uma das mais difundidas tradições afro-brasileiras no mundo, mas, também, fruto de um profundo envolvimento do autor – capoeirista de um dos grupos analisados na obra - com o tema.
Preço especial de lançamento: R$ 28,00


Serviço
O quê: Lançamento Coletivo EDUFBA – Dezembro de 2012
Quando: 13 de dezembro, quinta-feira, das 17h30 às 20h30
Onde: Biblioteca Universitária de Saúde Professor Álvaro Rubim de Pinho (Campus Canela, UFBA – Rua Basílio da Gama, s/n, Canela – Salvador, Bahia)
Quanto: entrada gratuita

Lara Bastos
Assessoria de Comunicação
Editora da Universidade Federal da Bahia
(71) 3283-6164      

FEIRA DE LIVROS USADOS


SecultBA divulga abertura de editais do Fundo de Cultura 2013



De 03 de dezembro a 17 de janeiro de 2013, estarão abertas as inscrições para 19 editais setoriais e para Demanda Espontânea que, juntos, vão destinar 27,8 milhões do Fundo de Cultura para apoio a projetos culturais de todo o Estado
Com o intuito de manter uma sistemática de apoio a projetos culturais da sociedade civil e possibilitar cada vez mais a organização da produção cultural em nosso estado, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) abre, mais uma vez neste mesmo ano, as inscrições para os editais do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). De 03 de dezembro até 17 de janeiro de 2013serão abertas as inscrições para 19 Editais Setoriais (dois deles, inéditos) e para Demanda Espontânea, com investimento global de 27,8 milhões – o que representa um aumento de 52% do recurso em relação à última seleção, realizada entre maio e julho deste ano.
“Abrir os editais agora, em dezembro, é um esforço que a Secretaria está fazendo para garantir que estes recursos estejam disponíveis para a comunidade cultural no primeiro semestre de 2013, para todas as áreas e setores da cultura. Nossa intenção, inclusive, é conseguir abrir os editais sempre neste período, para que a comunidade cultural possa planejar as suas atividades de um ano para o outro”, explica o secretário de Cultura Albino Rubim, que destaca a consolidação dos editais setoriais, a partir da avaliação positiva evidenciada tanto na consulta de opinião pública sobre os instrumentos de fomento à cultura, realizada de 12 de setembro a 3 de outubro, como no resultado da seleção de projetos em 2012.
Em maio, a SecultBA lançou 17 Editais Setoriais e Demanda Espontânea, para os quais foram apresentados 2.361 projetos, sendo 262 convocados para receber recursos no valor total de R$18,3 milhões, com propostas de atividades que vão se realizar até o primeiro semestre de 2013. Com o lançamento dos novos editais, a SecultBA vai selecionar projetos cujas ações se iniciem a partir do dia 31 de maio de 2013, possibilitando uma continuidade no calendário da produção cultural apoiada pela secretaria. Além disso, graças ao comprometimento do Governo do Estado da Bahia com a Cultura, a verba para os editais do Fundo teve acréscimo de quase R$ 10 milhões, permitindo a ampliação do número e valores dos editais.
A divulgação iniciada hoje, 21 de novembro, visa antecipar a notícia da abertura das inscrições, ampliando o tempo de preparação da comunidade cultural para a apresentação das propostas, com quase dois meses de antecedência até o final das inscrições dos projetos, no dia 17 de janeiro.  E agora, o processo de inscrição traz ainda uma novidade: as propostas poderão ser inscritas também através da internet. Para facilitar a participação dos agentes culturais neste processo, até o final de dezembro mais de 150 Oficinas de Orientação à Participação nos Editais do Fundo de Cultura 2013 serão realizadas por todo o estado, com distribuição de um Guia de Orientação, disponível também para download no site da Secretaria.
Os editais setoriais
Serão selecionados projetos culturais de diferentes áreas e segmentos, que podem ser inscritos nos editais de Audiovisual, Artes Visuais, Circo, Culturas Digitais, Culturas Populares, Culturas Identitárias, Dança, Economia Criativa, Formação e Qualificação em Cultura, Literatura, Museus, Música, Projetos Estratégicos em Cultura, Patrimônio Cultural, Publicação de Livros por Editoras Baianas, Arquitetura e Urbanismo, Teatro, Territórios Culturais, além dos dois novos editais – um voltado para Restauro e Digitalização de Arquivos e outro para Dinamização de Espaços Culturais – e da Demanda Espontânea, que tem como objetivo apoiar projetos que não se enquadrem em nenhum dos editais anteriores.
Para o Superintendente de Promoção Cultural da Secult/BA, Carlos Paiva, os editais, com critérios pré-definidos e comissões compostas por especialistas da área, “são um instrumento democrático de seleção e apoio a propostas”. “Qualquer pessoa que cumpra as exigências dos editais pode realizar, por exemplo, aquele tão sonhado festival de teatro, publicar o livro engavetado por falta de recursos e ainda produzir um material audiovisual capaz de atrair visibilidade para um determinado grupo social. É preciso elaborar um bom projeto, pois a concorrência é grande” conclui. Os editais e a seleção pública para demanda espontânea aceitam propostas de pessoa física maior de 18 anos e pessoa jurídica que atue no exercício de atividades culturais, residentes na Bahia há pelo menos três anos.
O regulamento e todos os documentos que orientam o processo de inscrição estarão disponíveis no nosso site partir de 03 de dezembro. Até lá, mais informações sobre os objetos de apoio de cada edital, valores globais e por projetos, você encontra no site da SecultBA, junto com o Guia de Orientação.
Oficinas de Orientação Editais 2013
Para divulgar e democratizar ainda mais o acesso às fontes de financiamento, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA) realiza as Oficinas de Orientação à Participação nos Editais do Fundo de Cultura 2013. As oficinas serão realizadas em todos os territórios de identidade, como forma de suporte às inscrições, tirando dúvidas e prestando esclarecimentos, tanto em espaços culturais da Secretaria quanto em outros locais, conforme programação disponível no site da Secretaria.
Mais informações pelo e-mail oficinas.fundodecultura@cultura.ba.gov.br ou através do Telefone  (71) 3103-3441.

TRISTE SITUAÇÃO, TRISTE BAHIA



Nelson Barros Neto
Primeira capital e terceira maior cidade do Brasil, Salvador vive hoje uma disputa entre passado e presente.
Nessa competição, o lugar de cultura e natureza exuberantes, referência nacional de alegria, perde cada vez mais terreno para uma cidade engarrafada, suja e violenta.
Problemas afloram dos bairros de alto padrão à periferia da cidade.
Em dez pontos turísticos visitados pela reportagem, a reclamação das pessoas era constante.
Os diagnósticos ecoavam a análise do antropólogo Roberto Albergaria: a terra romanceada por Jorge Amado e cantada por Dorival Caymmi "está morrendo".
O escritor Antônio Risério também lamenta o novo pessimismo soteropolitano.
"Essa postura é recente. Por muito tempo, Salvador ocupou lugar e função de mito no imaginário nacional. As pessoas celebravam isso em termos bem narcisistas. Tinha história, beleza urbana e natural", diz Risério.
O prefeito João Henrique (PP) tem a maior rejeição entre os gestores das capitais (75%), conforme pesquisa Ibope de outubro.
Ele reconhece as mazelas, mas diz que pesquisas são "induzidas" e que é "cultural" culpar o prefeito.
"Pegue grandes expoentes da administração e bote aqui. Quero ver um Beto Richa, um Aécio Neves gerir uma cidade com a penúltima receita per capita das 26 capitais."
Os soteropolitanos e os turistas reclamam: praias estão cada vez mais sombreadas por causa de prédios.
Junto com a especulação imobiliária e problemas no trânsito, o número de homicídios supera o de São Paulo.
No Pelourinho, adolescentes são flagrados fumando crack à luz do dia, entre casarões em risco de desabar.

O COMÉRCIO DO AÇÚCAR: BRASIL, PORTUGAL E PAÍSES BAIXOS - 1595-1630

 

NO DIA NACIONAL DO SAMBA: SAMBA DE PROTESTO


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Juízo Municipal e de Órfãos do termo do Juazeiro, 6 de novembro de 1873.
                                                                  Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor  
Um acontecimento bem triste, e impróprio de uma Villa como esta, onde há uma população bem numerosa, e alguma civilização, obriga-me a dirigir-me hoje a Vossa Excelência, para pedir providencias, e narrar-lhe o fato, que deu-se pelo modo seguinte: Tendo sido preso pela polícia na noite de 2 do corrente, um indivíduo de nome Arsênio dos Anjos Moreira, sem modo de vida nenhum conhecido nesta vila, alguns homens sem moralidade, despeitados com a prisão, e da laia de Arsênio, reuniram-se e formaram um grande samba para por este meio poderem tomar em desabafo com o Delegado e os guardas policiais; e não realizando-se pensamento tão criminoso na noite seguinte reuniram-se em número maior na margem do rio em frente de uma das ruas mais públicas desta vila e levantaram outro samba muito mais forte ainda, de maneira tal, que atroavam as vozes dos turbulentos por toda esta vila; o que não se importavam eles de fazer não só por estarem animados pela muita aguardente que lhes foi fornecida para tal fim, como por se acharem capitaneados pelo  Dr. Juvêncio Alves de Souza, Tenente Coronel José Tiburcio Pereira e Mello, o Adjunto do Promotor Público desta vila Francisco Luis Ferreira, Capitão Antonio Ribeiro da Silva, e outros; homens sem moralidade alguma, e que procuram por todos os modos desprestigiar as autoridades deste termo; por serem meros instrumentos do Juiz de Direito desta Comarca, Francisco Baptista da Cunha Madureira, que por muitas outras ocasiões tem dado provas de seus mais instintos; e anima desta vez hera quem dirigia, do seu Quartel general, este ato repulsivo, por sua natureza imoral. Em vista de tão escandaloso modo de proceder, o Delegado, 1º suplente em exercício, João Evangelista Pereira e Mello, dirigiu-se a casa do Tenente Francisco Pereira das Neves, Comandante do Destacamento e convidou-o a irem com alguns praças dispersar os perturbadores da ordem, marchando ambos na frente dos guardas para evitarem que houvesse alguma desordem; e com moderação de que sempre costumam usar, chegando ao lugar do samba intimaram aos desordeiros para que se retirassem, ou então que seriam presos; e quando esperavam que eles obedecessem a esta ordem legal, aconteceu exatamente o contrário; porque os capangas animados pelos seus chefes investiram para o Delegado e a polícia armados de cacetes e clavinotes, vendo-se eles na dura necessidade de se defenderem ou de correr vergonhosamente; o que já não lhes hera permitido fazer por estarem cercados, e nem lhes consentia sua dignidade de autoridades; de modo que resultou do conflito saírem feridos três soldados de polícia, sendo deles ferido por uma bala acima do peito e os outros por cacetes; saindo também contuso no braço direito o denodado Tenente Comandante do Destacamento que soube defender-se com sua coragem e intrepidez fora do comum; pois do contrário teria sido vítima de seus agressores; assim como saíram também feridos três dos desordeiros sendo dois pelos sabres dos soldados; e um escravo do Dr. Juvêncio (porque até estes se achavam no samba para aumentar o número) ferido por quatro caroços de chumbo dos próprios companheiros, porque a polícia estava somente com os seus sabres.
Em  vista de tão deplorável acontecimento cumpro o meu dever de autoridade levando ao conhecimento de Vossa Excelência o que ocorreu; e pedindo a Vossa Excelência que faça marchar para esta vila mais algumas praças, visto como é muito pequeno o destacamento que aqui existe, afim de poderem as autoridades obrar com mais energia, e evitar que se reproduzam conflitos desta ordem; e esta providência eu confio que não será embalde solicitada, como já o tem sido em outras ocasiões, como quando se deu o espancamento do Dr. Promotor Público desta Comarca Fenelon da Silva Monte; muito principalmente quando tenho de fazer os processos, e não poderei cumprir exatamente o meu dever sem ter uma força suficiente para garantir os meus atos, mas fico tranquilo, porque tenho toda convicção de que Vossa Excelência em sua alta sabedoria providenciará de modo, que não hão de ficar impunes os criminosos, e zombarem da lei e da justiça.
Deus Guarde a Vossa Excelência
Ilustríssimo Excelentíssimo Senhor Dr. Venerado. Presidente da Província da Bahia.
 Juiz Municipal, seu suplicante.  
Francisco Pereira das Neves.

Fonte: 
Arquivo Público da Bahia
Seção Colonial Provincial
Governo da província 
Juízes de Juazeiro
Maço: 2451
Ano: 1855-1873
              

DIA NACIONAL DO SAMBA: QUANDO SAMBAR ERA CRIME




Subdelegacia de Policia da Cidade de Cachoeira 
7 de Novembro de 1875 
       In(lustrissi)mo Senhor
Tendo hontem a noite uma denuncia
De que haviam alguns sambas em diver-
sos lugares desta cidade e sendo ja meia
noite, sahi acompanhado pellas patrulhas
e me dirigi aos lugares que me forão in-
dicados a fim de fazer cessar os sambas e
providenciar como fosse mister.
                                       Encontrei
em uma caza no caquende um forte
samba que fiz cessar, prendendo o do-
no da mesma caza, o qual sendo com-
duzido declarou que tambem fazia
parte do samba um guarda policial
de nome Francisco Bispo das Flores q(ue)
naquelle acto sahia do interior da caza
Ordenei logo a prizão desse guarda q(ue)
foi entregue a patrulha que me acom-
panhava e querendo esta dizarmalo
não quis entregar-se e pondo elle tenaz
resistencia, a ponto de dezobedecer-me
formalmente sem respeito algum, a-
cometendo-me até de rifle em punho
p(or) ofender-me o que teria conseguido
se não fosse emediatamente obstado
pella mencionada patrulha.
                              E como
semelhante procedimento seja alta-
mente reprehencivel e criminoso, levo
o exposto ao conhecimento de V(ossa) S(enhori)a para p(or)
providencias como o cazo exige, fazen-
do remeter o referido guarda ao com-
mandante do respectivo corpo para
proceder de acordo com os preceitos dessi-
plinares, a fim de ser ponido com as pe-
nas em que tiver encorrido para des-
te modo manter-se elleso o princi-
pio da autoridade.
                                 Foram testemunhas
prezenciais os guardas. Francisco Pe-
dro da S(ilv)a, Felismino Jose Per(ei)ra, Benedi-
to Aurelio da S(ilv)a, Libanio Andre da
Costa, e Manoel Mont(eir)o do Nacim(em)to
                                     D(eu)s G(uard)e a V(ossa) S(enhori)a

In(lustrissi)mo Senhor       O Subdelegado em
Manoel J(os)e For-             exercicio.
tunato. M. De
Delegado de Pu-               Ignácio J(os)e da Costa
licia desta Ci-
dade

Fonte: 
Arquivo Público do Estado da Bahia
Seção Colonial/Provincial
Maço: 6244

NÃO TOQUEM EM NOSSOS TERREIROS



Luana Almeida 

O  terreiro de candomblé Ilê Axé Ayrá Izô, localizado no bairro de Campinas de Brotas, poderá ser desativado na próxima segunda-feira, dia 3. Isso por conta de uma ação judicial que envolve a disputa pelo terreno de 878 metros quadrados que abriga o templo religioso. O terreno pertencia ao já falecido Ângelo Gagliano e, segundo relato da comunidade, foi doado verbalmente. A doação teria sido em retribuição a graças alcançadas por Gagliano através do caboclo Mina de Ouro, cultuado no espaço.  Os herdeiros de Gagliano foram à Justiça para recuperar a posse.
A ação, que não especifica que o terreno abriga um terreiro, tramita há dez anos. Os herdeiros de Ângelo Gagliano alegam, na ação, que a  doação não tem caráter legal, pois não há documentos oficiais que deixem  comprovada a concessão do espaço. A reportagem de A TARDE tentou, na noite desta sexta-feira, contato com os herdeiros mas não obteve retorno. Foram feitas seguidas ligações telefônicas, sem sucesso.
Despejo - A ordem de despejo foi recebida pelo advogado do terreiro,  Paulo Asper, na última segunda-feira e não cabe mais recurso.  De acordo com o babalorixá do  Ilê Axé Ayrá Izo, Franklin Santos, representantes da comunidade religiosa já tentaram firmar um acordo com os herdeiros de Gagliano desde o início da disputa judicial, mas não tiveram sucesso. "Judicialmente, já não há mais o que fazer, mas o que esse terreno abriga não são apenas  blocos de concreto. É a cultura religiosa de uma comunidade", afirmou.
Mobilização - Por conta da ação judicial, integrantes  do Coletivo de Entidades Negras (CEN), realizaram, na manhã de ontem, uma manifestação  para tentar chamar a atenção sobre o problema. Ainda ontem, a ação foi encaminhada ao Ministério Público Estadual da Bahia (MP-BA). De acordo com informações da assessoria de comunicação do órgão, o promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate à Discriminação, Cícero Ornellas, está analisando os documentos e só terá um parecer a partir da próxima semana. O caso também está sendo acompanhado pela Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).
De acordo com o secretário Elias Sampaio, o órgão está articulando, com outras instituições, a melhor forma de oferecer  apoio ao terreiro. "Trata-se de um espaço religioso e cultural tradicional. Nenhuma ordem judicial justifica o despejo. Nosso papel é tentar intervir da melhor maneira possível", disse.
Por meio de nota, o  presidente da Comissão de Promoção da Igualdade da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Bira Corôa (PT-BA),  informou que vai oficializar, em caráter de urgência, o pedido de  tombamento provisório do terreiro. "Queremos envolver os órgãos responsáveis e discutir a situação", diz trecho da nota.