INFORME - ARQUIVO PÚBLICO ESTADO DE SÃO PAULO


Quando não recolher o lixo era caso de polícia



Joaquim Leopoldo Ferreira, arrematante do serviço do asseio e limpeza da freguesia da Rua do Passo, tendo recebido no dia 12 do corrente a inclusa carta intimatória do Escrivão da Delegacia do 1º distrito desta Capital, da multa de 10$000 réis que lhe foi imposta pelo Dr. Delegado, por não haver o suplicante cumprido o que ele lhe havia determinado, em relação à ladeira do Taboão, que se achava com cisco do dia antecedente; vem respeitosamente ponderar a Vossa Excelência o seguinte:
Que é exato haver o suplicante recebido uma recomendação do senhor Dr. Delegado, para que mandasse limpar o recanto da Rua do Caminho Novo, no qual alguns moradores dali fazem constantemente o despejo de materiais fecais, mas que no dia imediato foi restritamente observado. Igual recomendação, porém, lhe fora feita, relativamente ao recanto da ladeira do Taboão, onde existe um tamarindeiro, o que não lhe foi possível nesse mesmo dia satisfazer, em virtude de permanecer ali, encostado á grade de ferro, um grosso pedaço de madeira, umas grades velhas, que o suplicante já havia reclamado dos donos a sua remoção, visto que embaraçavam o serviço; motivo porque deixou de ser limpo o dito lugar, tendo, aliás, no dia seguinte cumprido semelhante ordem.
Já vê, portanto, Excelentíssimo Senhor, que não houve da parte do suplicante, que desde o dia 11 do mês findo, tem sempre procurado manter a execução fiel das clausulas estabelecidas no contrato que celebrou com essa presidência, nenhuma falta de cumprimento de seus deveres, que merecesse a pena que lhe foi imposta pelo senhor Dr. Delegado de Polícia, á cargo do qual se acha atualmente a fiscalização do asseio e limpeza desta cidade: pelo que o suplicante, á vista da justiça com que sempre Vossa Excelência costuma firmar os seus atos, recorre á Vossa Excelência para que se digne releva-lo da referida multa. Nestes termos. P.
Bahia, 15 de novembro de 1879.
Arrendante, Joaquim Leopoldo Ferreira.        
Fone: Arquivo Público da Bahia
Seção Colonial Provincial
Presidência da Província
Série: Governo Limpeza Pública
Maço: 1612 – Ano: 1854-1889       



Conversando com sua História 10ª edição


A Fundação Pedro Calmon, através do Centro de Memória da Bahia, convida a todos a participar da 10ª edição do Conversando com sua História,  que ocorrerá entre abril e outubro de 2012. Nesta segunda feira, dia 2 de abril, às 17 horas, teremos a palestra intitulada Negros mitos sobre a escravidão, que será ministrada pelo Prof. Dr. Luiz Mott (UFBa) como debatedor o Prof. Dr. Ubiratan Castro de Araújo (FPC)
Contamos com sua participação!
Atenciosamente,
Centro de Memória da Bahia - Fundação Pedro Calmon


Todos  hoje condenamos qualquer tipo de escravidão, apesar de persistir ainda no Sudão mas também no interior do Brasil, pessoas que continuam sendo negociadas e exploradas como escravos. Durante milênios a humanidade conviveu com a escravidão sem qualquer indignação moral: alguns seres humanos nasciam livres, outros escravos. Respeitados filósofos e teólogos justificaram esse sistema cruel, inúmeras sociedades, inclusive na África, praticaram a escravidão.
Nesta comunicação discutirei alguns mitos polêmicos que persistem no senso comum e inclusive  no discurso militante: a existência da escravidão na África e inclusive no Quilombo de Palmares; a crença cristã que todos os nativos, inclusive negros, tinham uma alma imortal; o papel do cristianismo no abrandamento da crueldade escravista; nem todo mulato é fruto do abuso sexual dos senhores brancos; a prática da escravidão por parte de ex-escravos no Brasil.


Local: sala Kátia Mattoso, 3º andar da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris)
Data: 02 de abril de 2012
horário: 17h
Inscrições gratuitas.
3117-6067
Entrada Franca. Certificado para aqueles que atingirem 75% de participação em todo o curso.



A INDÚSTRIA DOS SAVEIROS



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A INDÚSTRIA DOS SAVEIROS

O país vai ler o comunicado que a abaixo publicamos; vai sentir o valor das encrespações que havemos feito aos portugueses, que vivem entre nós: vai apreciar por si mesmo se assiste sobeja razão para sustentar que se eles intrometem em todos os [...] negócios domésticos; vai julgar [...] não uma verdade o que [...] da influencia perturbadora [...] [...] do comercio, de que [...] e da acumulação dos capitais [...] mãos.
Digam-nos depois que não é por [...] da verdade e do país, que escreve e que continuaremos a escrever em pró da nacionalidade brasileira!
Quatro brasileiros beneméritos, bem dignos irmãos, amigos do povo e da pátria, compram uns 60 saveiros, os quais distribuíram por nacionais, que a pouco e pouco fossem pagando com muita módica quantia (160 réis por dia, dizem-nos) aquele empréstimo generoso.
Em mãos de africanos cativos de portugueses, pela maior parte, estava toda a indústria de remar saveiros, cujo numero em nosso porto excedia talvez de mil.
Havia aí uma lei, que facultava esta indústria a pessoas livres; isto é, que reconhecia o monopólio para escravos; que tendia a dar cabo daquele terrível núcleo de insurreições, que não era ainda nem proteção a nacionais, nem reconhecimento de suas necessidades todas.
E esta lei o que é que ela poderia trazer de proveito, se uma sociedade brasileira não houvesse emprestado um capital aos proletários do país? [Por] bem existir a cem anos a lei; [se] aquele empréstimo nem um [benéfico] [podia] lhe trazer.
Mas é assim que a vontade do povo é lei,
É assim que a vontade do povo impera;
É assim que o povo é mais forte que o governo;
É assim que a soberania do povo se manifesta.
No dia 1º de novembro de 1850 foi dada aos nacionais a permissão de dirigirem eles sós saveiros em estações determinadas. Não erão certamente as melhores estas estações.
E o que fazem os portugueses monopolizadores? Não satisfeitos de negarem-se a vender alguns saveiros que servissem para este primeiro passo da nacionalização da indústria; não satisfeitos de tentarem arredar os homens livres daquele trabalho que pintavam como ímprobo; vendo que são poucos para o trato do comercio os saveiros possuídos por brasileiros, retiram todos os seus escravos á um tempo daquele serviço, posto que somente três dos cais fossem destinados para pessoas livres, para desta arte pretextarem depois que os brasileiros não tem meios de satisfazerem as necessidades do comercio, e guerreando a indústria brasileira exigirem depois a revogação da lei, que o povo faz executar, e a medida adotada pelo governo, isto é, exigirem a continuação de seu monopólio.
É um desaforo que eles não praticariam, se capitalistas brasileiros unindo-se em sociedade fornecessem o capital conveniente para se obter um número suficiente de saveiros.    
É um desaforo, que os bons dentre eles não podem, não devem deixar de reprovar.
Não se zomba assim com o pão quotidiano do povo...
    
Fonte: Jornal: O Argos Cachoeirano – Periódico literário, doutrinário e moral.
Bahia, sábado, 9 de novembro de 1850. 

Salvador sedia a 4ª Semana do Saveiro



A Associação Viva Saveiro realiza em Salvador, a partir desta quinta, 15, até o dia 22, a 4ª Semana do Saveiro. O evento, que tem patrocínio da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, visa divulgar e preservar a identidade histórica e cultural dos saveiros de vela de içar.
Ao longo dos oito dias de evento haverá uma rica programação cultural, que inclui exposições de arte e artesanatos do Recôncavo, exibição de vídeos, visitação das embarcações, passeios, regatas, seresta e até a apresentação de um selo comemorativo do tombamento do saveiro Sombra da Lua pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Nesta quinta, às 19h, será aberta a exposição Bel Borba Saveiros da Baía, no Centro Cultural dos Correios, no Pelourinho. No seu processo de criação, o artista utilizou velas, ferros e madeiras de saveiros afundados. Parte da venda das obras expostas será doada para preservação das embarcações. A mostra permanecerá em cartaz até 28 de abril.
ACESSE A PROGRAMAÇÃO: 

Seminário Bombardeio da Cidade do Salvador



A Fundação Pedro Calmon, através do Centro de Memória da Bahia, convida todos a debater o Bombardeio da Cidade de Salvador, em mesa redonda que acontecerá dia 26 de março, as 16h, na sala Kátia Mattoso, 3º andar da Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

Lançamento: "Catirina, minha Nêga, Tão Querendo de Vendê..."




Data: 21 de março de 2012
Horário: 18h
Local: Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51, Centro – ao lado da Praça dos Leões)
Apresentação do Autor e da Obra: Prof. Francisco Pinheiro (historiador, pesquisador e secretário da Cultura do Estado do Ceará)
Atrações: grupo Alagbá (percussão) e
Mestre Armando (capoeira Angola)

O livro, de autoria de José Hilário Ferreira Sobrinho, integra a série “Panorama Nacional”, da coleção Nossa Cultura, da
Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.

Seminário Internacional Conexões Transatlânticas: Bahia-África no atlântico negro (séc. VII – IX)



Nos próximos dias 19 e 20 de março no auditório do PAF-1, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Ondina, será realizado o Seminário Internacional Conexões Transatlânticas: Bahia-África no Atlântico Negro (séc. XVII – XIX), das 18h às 21h30.
No primeiro dia a mesa intitulada Tráfico de escravos e comunidades atlânticas contará com a participação de Toby Green (King's College London), Cristiana Lyrio (UNEB) e Paulo de Jesus (UFRB) e terá como debatedora Gabriela Sampaio (UFBA). No segundo dia (20), a discussão será sob o tema Entre duas margens: fluxos e refluxos de escravos e libertos no Atlântico Sul, e terá as palestras de Kristin Mann (Emory University), Luis Nicolau Parés (UFBA) e Lisa Castillo (UFBA), tendo como debatedora Wlamyra Albuquerque (UFBA).
O Seminário Internacional Conexões Transatlânticas: Bahia-África no Atlântico Negro (Séculos XVII - XIX) é uma iniciativa do Programa de Pós Graduação em História da UFBA, da linha de pesquisa Escravidão e Invenção da Liberdade, do Grupo de Estudos de História Colonial da instituição, com o apoio da Edufba, do Centro de Memória da Bahia, unidade da Fundação Pedro Calmon/SecultBa.

SERVIÇO:
Seminário Internacional Conexões Transatlânticas: Bahia-África no atlântico negro (séc. VII – IX)
Quando: Dias 19 e 20 de março – das 18h às 21h30
Local: Auditório PAF 1 / UFBA-Ondina
Inscrições e informações: 3237-7574 / 3283-6432 | poshisto@ufba.br